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31 de julho de 2025

BRASIL REAFIRMA "SOBERANIA" E CONDENA INGERÊNCIA DOS EUA COM TARIFAS E SANÇÕES

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reuniu-se nesta quarta-feira (30) em Washington com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, na primeira conversa entre ambos desde o início do governo de Donald Trump. O principal tema do encontro foram as tarifas impostas pelos EUA ao Brasil.

Em declaração a jornalistas na embaixada brasileira em Washington, Vieira reiterou a Rubio a disposição do Brasil em retomar as negociações comerciais, que foram interrompidas após a carta de Trump anunciando a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Contudo, o chanceler deixou claro que essa disposição não inclui questões políticas e judiciais internas.

“Enfatizei que é inaceitável e descabida a ingerência na soberania nacional no que diz respeito a decisões do Poder Judiciário do Brasil, inclusive à condução do processo judicial no qual é réu o ex-presidente Jair Bolsonaro. Afirmei que o Poder Judiciário é independente no Brasil tanto quanto aqui (nos Estados Unidos) e que não se curvará a pressões externas”, afirmou Vieira.

A reunião com Rubio, mantida em segredo até o final do encontro, ocorreu após contatos reservados durante a viagem de Vieira aos Estados Unidos para uma reunião nas Nações Unidas, em Nova York, sobre a questão palestina. Mauro Vieira acrescentou ter dito a Rubio que “o governo brasileiro se reserva o direito de responder às medidas adotadas pelos EUA” e que retornaria ao Brasil para relatar o encontro ao presidente e definir a resposta às medidas anunciadas.

Nesta quarta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou um decreto implementando uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando o valor total da taxa para 50%, já que uma alíquota de 10% estava em vigor anteriormente. A Casa Branca citou políticas recentes do Brasil, incluindo o processo contra Jair Bolsonaro, como motivo para a medida.

No entanto, o decreto exclui da tarifa de 50% vários setores importantes de exportação para os EUA, como aeronaves civis, ferro-gusa, metais preciosos, suco de laranja, madeira, energia e fertilizantes. As isenções mais relevantes abrangem produtos que já são sujeitos a tarifas específicas, como veículos de passageiros, produtos de ferro e aço, além de diversas peças e componentes utilizados em aeronaves civis.

Logo após a publicação do decreto, o presidente Lula convocou uma reunião emergencial com diversos ministros para analisar uma resposta ao governo norte-americano. Apesar das 700 exceções, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que as tarifas de 50% aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros ainda devem reduzir a produção e ameaçar empregos, investimentos e contratos de longo prazo. A entidade, porém, não considera a retaliação uma boa resposta.

“A confirmação da aplicação da sobretaxa sobre os produtos brasileiros, ainda que com exceções, penaliza de forma significativa a indústria nacional, com impactos diretos sobre a competitividade. Não há justificativa técnica ou econômica para o aumento das tarifas, mas acreditamos que não é hora de retaliar”, disse o presidente da CNI, Ricardo Alban. O governo brasileiro estima que 35,9% de suas exportações para os Estados Unidos, em valores, serão submetidos à tarifa de 50% sob as medidas anunciadas.

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