
Os Fundos Imobiliários (FIIs) voltaram ao radar dos investidores em 2025, após um período de ajustes e volatilidade nos últimos anos. Com a inflação sob controle, a taxa Selic em trajetória de queda e um cenário macroeconômico mais estável, os FIIs se destacam como uma opção atrativa para quem busca renda passiva, diversificação e valorização de longo prazo.
O setor imobiliário, como um todo, sofreu com os efeitos da pandemia, da alta dos juros e da inflação entre 2021 e 2023. Muitos fundos enfrentaram vacância elevada, renegociações de contratos e até revisões de portfólio. No entanto, com a retomada da economia, a revalorização de ativos reais e o avanço de novos modelos de negócios como o mercado de galpões logísticos, lajes corporativas AAA em regiões centrais e fundos híbridos o setor entrou em um ciclo de recuperação.
A projeção de Selic em queda ao longo de 2025, somada ao aumento da previsibilidade econômica e ao arrefecimento das pressões inflacionárias, melhora significativamente o cenário para os FIIs. Taxas de juros mais baixas tornam os rendimentos dos fundos imobiliários mais competitivos em relação à renda fixa tradicional, o que tende a atrair tanto investidores institucionais quanto pessoas físicas em busca de rentabilidade real acima da inflação.
Além disso, os FIIs são isentos de imposto de renda para pessoas físicas nos rendimentos distribuídos, o que aumenta ainda mais sua atratividade frente a outros ativos. A distribuição mensal de dividendos, a possibilidade de diversificação com valores acessíveis e a liquidez na bolsa de valores tornam esse tipo de investimento uma porta de entrada para o mercado imobiliário sem a burocracia e o capital necessário para comprar um imóvel físico.
Entre os segmentos mais promissores para 2025, destacam-se:
FIIs de logística: impulsionados pelo crescimento do e-commerce e pela modernização da cadeia de suprimentos, continuam recebendo investimentos relevantes, com contratos atípicos e previsibilidade de receita.
FIIs de papel (CRIs): focados em recebíveis do setor imobiliário, esses fundos se beneficiam de ciclos de queda da taxa Selic, aumentando o valor de suas cotas e mantendo boa distribuição de proventos — especialmente os indexados ao IPCA.
FIIs híbridos: que mesclam ativos físicos e papéis, oferecendo mais resiliência e adaptabilidade em momentos de incerteza econômica.
FIIs de lajes corporativas: após anos de vacância elevada, começam a se recuperar com a reocupação de escritórios e contratos mais robustos, principalmente nas regiões centrais de grandes cidades.
Para aproveitar essas oportunidades com consistência, é fundamental que o investidor entenda os principais fundamentos que devem ser analisados antes de comprar um ativo de fundo imobiliário:
Localização e qualidade dos imóveis: imóveis bem localizados e em regiões economicamente relevantes tendem a manter sua ocupação e valorização no longo prazo. A qualidade da construção e a modernidade dos empreendimentos também são diferenciais importantes.
Taxa de vacância: um dos indicadores mais críticos. Quanto menor a vacância, maior a estabilidade de receitas do fundo. Vacância elevada pode indicar dificuldades operacionais ou baixa atratividade dos ativos.
Tipo de contrato: fundos com contratos atípicos ou de longo prazo oferecem mais segurança quanto à previsibilidade de receitas. Já os contratos típicos, mais curtos, expõem o fundo a mais renegociações e flutuações no preço de aluguel.
Diversificação do portfólio: fundos com muitos imóveis, espalhados por diferentes regiões ou segmentos, tendem a ter menor risco. A concentração em poucos ativos ou em um único locatário aumenta a exposição do fundo a eventos pontuais.
Gestão do fundo: a qualidade da gestão é essencial. Gestores experientes, com histórico consistente e atuação ativa na compra, venda e modernização dos ativos, fazem grande diferença na performance do fundo.
Histórico de dividendos: acompanhar a regularidade e a consistência na distribuição de proventos ajuda a avaliar se o fundo tem um fluxo de caixa saudável e sustentável.
Liquidez na bolsa: fundos com maior volume de negociações tendem a ter menor spread entre compra e venda, facilitando a entrada e saída do investidor.
Claro, como qualquer investimento, os FIIs também têm seus riscos. A vacância, a inadimplência de inquilinos, a concentração geográfica ou de contratos são pontos de atenção. Por isso, a análise do portfólio dos fundos, da gestão ativa e do histórico de distribuição de dividendos é fundamental. Outro fator relevante é o risco de marcação a mercado, que pode causar volatilidade no curto prazo, embora o foco do investidor em FIIs deva estar no médio e longo prazo.
Com um mercado mais maduro, maior número de fundos listados e um investidor mais atento à qualidade da gestão, os FIIs têm tudo para ser uma das principais oportunidades de 2025 para quem busca equilíbrio entre renda mensal, valorização e diversificação patrimonial.
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