
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está se preparando para uma de suas prioridades na agenda internacional: a participação na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, a partir do dia 23 de setembro. Este ano, a viagem ganha um tom de urgência diplomática, pois ocorre em meio ao pior momento da relação entre Brasil e Estados Unidos.
A tensão escalou após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe. Em resposta, o governo de Donald Trump impôs tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros e aplicou sanções a autoridades brasileiras, como a revogação de vistos de ministros do STF e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, que prevê o bloqueio de contas e transações financeiras.
Em um artigo publicado no New York Times, Lula respondeu diretamente a Trump, defendendo o multilateralismo e criticando as sanções, que ele classificou como “equivocadas e ilógicas”. O presidente brasileiro afirmou que a democracia e a soberania do Brasil não estão em pauta, e rebateu as alegações de “caça às bruxas” contra Bolsonaro. Lula expressou orgulho pela “decisão histórica” do STF, que, segundo ele, “salvaguarda nossas instituições e o Estado Democrático de Direito”.
Apesar do clima de animosidade, a agenda de Lula em Nova York é vista como crucial. Tradicionalmente, o representante brasileiro faz o discurso de abertura da Assembleia, e o evento também será um momento chave para avançar em pautas ambientais, especialmente na Cúpula do Clima no dia 24, com as negociações em vista da COP30, que o Brasil sediará em 2025. A viagem, portanto, será uma oportunidade para o presidente brasileiro defender sua visão de mundo e a soberania do país diante da comunidade internacional.